Do silêncio à recuperação: superando a dor pélvica com cuidado e acolhimento

Você sente uma dor persistente na região baixa do abdômen, virilha, quadris ou área íntima? Uma dor que parece não ter fim?
Essa sensação constante que interfere no sono, na disposição, e até nas relações pessoais, pode ser um sinal de dor pélvica crônica (DPC). Uma condição que afeta milhares de homens e mulheres, e muitas vezes é negligenciada, permanecendo sem diagnóstico por anos, ou mal compreendida.

O que é a dor pélvica crônica?

dor pélvica crônica é uma dor que dura mais de seis meses, e pode variar de intensidade: ora leve e incômoda, ora forte o suficiente para limitar atividades simples do dia a dia. Ela não é apenas um sintoma físico, é um alerta de que algo no corpo precisa de atenção.

De acordo com estudos publicados em revistas científicas, a dor pélvica tem origens multifatoriais, e envolve uma combinação de causas físicas, emocionais e comportamentais. Ocorre na região da pelve, podendo envolver virilha, bexiga, útero, nádegas, músculos do assoalho pélvico, coluna lombar, e outros.
Ela pode ser contínua ou intermitente, leve ou intensa, e pode impactar profundamente o sono, o humor, a vida sexual e a rotina diária.

Além da dor, a DPC está frequentemente associada a alterações no sono, humor, ansiedade, depressão, função sexual e na vida diária da pessoa.

Causas potenciais

1.      Tensões musculares e espasmos do assoalho pélvico: podendo comprimir nervos e gerando dor.

2.      Cicatrizes e aderências após cirurgias ou cesarianas: o tecido cicatricial pode limitar movimentos internos e causar desconforto.

3.      Alterações posturais e lombares: a postura influencia diretamente a pelve, então desequilíbrios podem gerar sobrecarga e dor.

4.      Disfunções urinárias, intestinais e sexuais: a dor pode estar associada à bexiga hiperativa, constipação, endometriose ou dor durante a relação sexual

5.      Ginecológicas: Endometriose, adenomiose, cistos ovarianos, varizes pélvicas e doença inflamatória pélvica.

6.      Gastrointestinais: Síndrome do intestino irritável e outros distúrbios intestinais.

7.      Urológicas: Infecções do trato urinário ou cistite.

8.      Neurológicas: Sensibilização central, onde o sistema nervoso se torna hiperresponsivo à dor.

9.      Psicológicas: Experiências de abuso, estresse, ansiedade e depressão podem ser fatores de risco ou exacerbar a condição. O corpo e a mente estão intimamente conectados. A dor crônica é frequentemente alimentada por tensões emocionais.

Homens também sentem dor pélvica crônica

Apesar de ser mais estudada em mulheres, a dor pélvica crônica também afeta os homens, e muitas vezes é confundida com problemas urológicos ou simples desconfortos. Nos homens, ela pode estar relacionada à prostatite crônica, caracterizada por dor perineal.

O diagnóstico envolve uma história clínica completa, exame físico detalhado, e pode ou não incluir exames específicos, dependendo das suspeitas. Uma abordagem multidisciplinar pode ser necessária para gerenciar a condição de forma eficaz, já que a DPC é uma síndrome complexa que pode envolver múltiplos sistemas. 

Como a fisioterapia pélvica atua na dor pélvica crônica

fisioterapia pélvica é uma das abordagens mais completas e eficazes para o tratamento da dor pélvica. Ela não se limita a aliviar sintomas, seu objetivo é tratar a causa da dor, restaurar o equilíbrio muscular e devolver o controle sobre o próprio corpo.

Entre os recursos utilizados estão:

·         Terapias manuais e liberação miofascial: ajudam a relaxar músculos tensos e soltar aderências.

·         Treino de consciência corporal e controle muscular: ensina a identificar e relaxar o assoalho pélvico, promovendo alívio e reeducação da região.

·         Eletroterapia: auxilia na modulação da dor e na melhora da função muscular.

·         Orientações posturais, respiratórias e comportamentais: pequenas mudanças nos hábitos diários reduzem significativamente a dor e melhoram a qualidade de vida.

·         Educação e autocuidado: compreender a dor e aprender a lidar com ela, faz parte do processo.

Estudos mostram que pacientes submetidos à fisioterapia pélvica, apresentam melhora significativa na dor, na função sexual e no bem-estar emocional, além de menor necessidade de medicamentos e intervenções invasivas.

Por que tratar cedo faz diferença?

A dor pélvica não é normal, e não precisa ser parte da sua vida. Ignorar a dor é como deixar uma ferida aberta: o tempo não cura, apenas agrava.

Muitas pessoas acreditam que “vai passar com o tempo”, mas a ciência mostra o contrário: quanto mais cedo o tratamento começa, melhores são os resultados e menor o impacto físico e emocional.

Viver com dor não deve ser o normal.
Se você sente desconforto pélvico persistente, procure um fisioterapeuta especializado em saúde pélvica.
Cuidar da sua pelve é cuidar da sua saúde, da sua energia e da sua liberdade de viver plenamente.

Seu corpo fala. É hora de ouví-lo

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