O que você talvez não sabia sobre intestino preso, e por que não deve ignorar os sinais

A constipação intestinal, conhecida como “intestino preso”, é muito mais comum e mais séria do que parece. Ela é definida como uma alteração no funcionamento intestinal que dura pelo menos 3 meses, com menos de 3 evacuações por semana, fezes ressecadas, dificuldade para evacuar e, muitas vezes, esforço excessivo.
Esse esforço repetido pode trazer consequências nada agradáveis, como hemorroidas, fissuras e até fístulas anais.

Além da dificuldade em si, muitos sintomas costumam acompanhar o quadro: sensação de evacuação incompleta, inchaço, gases, mal-estar e até alteração do humor
Sim, quando o intestino não funciona bem, o resto da vida também sofre.

Um problema comum… e subestimado

A constipação atinge até 27% da população, sendo mais prevalente do que hipertensão e diabetes.
As causas vão desde hábitos simples — como pouca ingestão de água, baixa oferta de fibras e sedentarismo, até fatores mais complexos, como:

  • alterações hormonais
  • doenças neurológicas
  • estresse, ansiedade e depressão
  • uso de certos medicamentos
  • tumores ou alterações estruturais do intestino

Para ter uma ideia, o recomendado é consumir 25 g de fibras por dia e cerca de 35 ml de água por quilo de peso corporal. E sim: acompanhamento nutricional é essencial para ajustes personalizados e hábitos sustentáveis.

Também há pessoas que “travem” o intestino em viagens ou ambientes diferentes, nesses casos, a alteração costuma desaparecer ao voltar à rotina.

Quando o intestino sinaliza perigo

Uma complicação frequente é o fecaloma, uma massa de fezes duras acumulada no reto, capaz de bloquear totalmente a passagem intestinal. É mais comum em idosos acamados e pessoas com mobilidade reduzida, mas pode acontecer em qualquer indivíduo constipado cronicamente.

Há também estudos que sugerem risco aumentado de câncer de intestino em pessoas com prisão de ventre prolongada, pela maior exposição da mucosa intestinal a substâncias potencialmente cancerígenas.
Por isso, investigar a causa é fundamental.

A avaliação adequada envolve:

  • histórico clínico detalhado
  • exames laboratoriais
  • colonoscopia, quando indicada

Essa investigação é feita por médicos gastroenterologistas ou coloproctologistas e permite definir o tratamento correto para cada caso.

Onde entra a fisioterapia, e por que ela funciona tão bem

A fisioterapia especializada tem se mostrado uma abordagem eficaz e segura para tratar constipação intestinal.
E o melhor: é indolor, sem efeitos colaterais e capaz de transformar a rotina de quem sofre com o problema.

Como a fisioterapia ajuda?

Estimula o peristaltismo, melhorando o movimento natural do intestino
✔ Ensina posturas e técnicas corretas para evacuar sem dor e sem esforço
✔ Ajuda a liberar bloqueios funcionais que dificultam a saída das fezes
✔ Reduz desconfortos, sensação de peso, dor pélvica e inchaço
✔ Orienta sobre hábitos saudáveis, horários, estímulos e rotina intestinal
✔ Devolve confiança, leveza e sensação de bem-estar — porque intestino funcionando bem muda até o humor

A combinação de exercícios específicos, consciência corporal e técnicas de coordenação do assoalho pélvico promove o funcionamento adequado do intestino, muitas vezes poupando o paciente de medicamentos prolongados e procedimentos desconfortáveis.

Em resumo

Ignorar o intestino preso é abrir espaço para problemas maiores.
A boa notícia é que existem tratamentos eficazes, seguros e baseados em evidências, e a fisioterapia é uma parte fundamental desse processo.

Cuidar do intestino é cuidar da saúde por inteiro.
E você não precisa conviver com esse desconforto. Há solução, e ela começa com o passo certo.


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Samantha Vieira

Fisioterapeuta Pélvica

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