A verdade que ninguém te contou, e como recuperar o controle
Perder xixi não é normal. Nunca foi.
A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina, e pode atingir homens, mulheres e até crianças. Ela aparece por diferentes motivos e, quando não tratada, afeta profundamente a qualidade de vida, a autoestima e até a saúde emocional.
Muita gente tenta conviver com o problema em silêncio. Evita sair de casa, deixa de praticar esportes, abandona a vida sexual e vive com medo de “acontecer de novo”. O constrangimento é tão grande que muitas pessoas passam a depender de absorventes, gastando mais e vivendo menos.
A IU é duas vezes mais comum em mulheres, e cerca de 40% das mulheres acima de 40 anos apresentam algum grau do problema. Após os 70 anos, o risco pode ser quatro a cinco vezes maior.
Mas aqui está o ponto mais importante:
A incontinência urinária não é normal em nenhuma idade e tem tratamento eficaz.
E nos homens?
Entre eles, a incontinência urinária tem grande prevalência após cirurgias de próstata, já que estruturas importantes para o controle urinário podem ser removidas durante o procedimento.
E nas crianças?
Sim, os pequenos também podem sofrer com IU. O controle da bexiga costuma se desenvolver até os 5 anos, mas muitas crianças continuam fazendo xixi na cama, a chamada enurese noturna.
Isso desgasta os pais, pelas trocas constantes de roupa de cama e pode gerar vergonha, ansiedade e frustração para a criança.
Fatores de risco que não podem ser ignorados
Diabetes, obesidade, doenças neurológicas, menopausa, cirurgias pélvicas ou alterações na próstata aumentam a chance de uma pessoa desenvolver incontinência.
Tipos mais comuns de incontinência urinária
• Incontinência Urinária de Urgência
É aquele desejo súbito e intenso de correr para o banheiro, e muitas vezes não dá tempo.
Quem sofre, começa a viver em função de encontrar banheiros, evita sair de casa e tem noites mal dormidas por acordar diversas vezes para urinar.
• Incontinência Urinária de Esforço
A perda ocorre pelo aumento da pressão dentro do abdômen, ao tossir, espirrar, rir, correr, agachar ou levantar peso por exemplo.
Como a fisioterapia pode transformar essa realidade
O primeiro passo é quebrar o tabu.
Falar sobre o assunto e procurar ajuda é um ato de coragem e de cuidado.
A fisioterapia pélvica é o tratamento de primeira linha no tratamento da incontinência urinária por esforço, recomendado pela Sociedade Internacional de Continência. Isso porque é eficaz, não invasiva, acessível e sem efeitos colaterais.
O processo começa com uma avaliação completa, entendendo sua história, seus sintomas, seu estilo de vida e o funcionamento do seu assoalho pélvico. A partir disso, o montamos um plano de tratamento personalizado.
O tratamento pode incluir:
✓ exercícios específicos para fortalecer ou coordenar os músculos do assoalho pélvico
✓ biofeedback
✓ eletroestimulação
✓ orientações de hábitos, postura e rotina urinária
✓ estratégias comportamentais para evitar episódios de perda
Resultados reais e transformadores
Com o tratamento adequado, é possível:
- Reduzir significativamente ou até eliminar as perdas urinárias;
- Diminuir drasticamente o número de episódios no dia a dia;
- Reduzir o tamanho e a quantidade de protetores usados;
- Recuperar a autonomia, a liberdade e a confiança;
- Voltar às atividades físicas, sociais e sexuais sem medo;
- Dormir melhor, sem interrupções constantes.
A incontinência urinária tem tratamento, e quanto mais cedo o começa, melhores são os resultados.
Você não precisa se adaptar ao problema. É possível retomar o controle da sua vida.