Disfunção Erétil: O impacto da negligência e o papel científico da fisioterapia pélvica.

A disfunção erétil (DE) é mais que um problema sexual: é um sintoma com causas físicas e emocionais que afetam a saúde, o relacionamento e a autoestima. Após cirurgia de próstata (prostatectomia radical), a chance de DE aumenta porque nervos e estruturas vasculares essenciais à ereção, podem ser lesionados ou ficar temporariamente comprometidos.

A fisioterapia pélvica, aplicada de forma precoce e integrada a uma estratégia multidisciplinar, tem evidência crescente de benefício na recuperação funcional, tanto para controle urinário quanto para recuperação erétil.

Como a ereção ocorre

A ereção é um processo neurológico, vascular e biomecânico que depende de três elementos fundamentais:

  1. Sinal nervoso: estímulos sensitivos, táteis e visuais, ativam os centros nervosos, que ativam a resposta erétil.
  2. Fluxo sanguíneo cavernoso: artérias penianas aumentam o fluxo sanguíneo, e os corpos cavernosos se enchem de sangue.
  3. Mecânica de vedação: músculos pélvicos (principalmente bulboesponjoso e isquiocavernosos) comprimem as veias para manter o sangue dentro do pênis, mantendo a rigidez.

Fatores agravantes que merecem cuidado

  1. doenças cardiovasculares e aterosclerose
  2. diabetes
  3. hipertensão arterial
  4. alterações hormonais
  5. ansiedade de desempenho
  6. sedentarismo
  7. tabagismo e alcoolismo
  8. cirurgias pélvicas (como prostatectomia)
  9. fraqueza da musculatura do assoalho pélvico

O papel da fisioterapia pélvica

A fisioterapia pélvica atua com abordagens que são fisiologicamente relevantes para a ereção, como uso de eletroestimulação (correntes elétricas completamente indolores), orientação de dispositivos de ereção para o paciente utilizar em casa, ajustes comportamentais que farão toda a diferença para potencializar o tratamento, e outras abordagens extremantente relevantes.

  • Em caso de DE decorrente de prostatectomia, é recomendável iniciar antes da cirurgia (pré-operatório), e assim que possível, retomar no pós-operatório, para acelerar a recuperação não só da continência, mas também na saúde sexual.
  • A reabilitação sexual deve ser multidisciplinar: fisioterapia + orientação urológica e dependendo do caso, psicológica, aumentam as chances de recuperação a médio prazo.

Protocolo Fisioterapêutico na prática

  1. Avaliação detalhada: história clínica, uso de escalas para mensurar a DE, exame da força pélvica, investigação vascular/neurológica e alinhamento com equipe urológica.
  2. Exercícios supervisionados: treinos de contrações com progressão de carga e frequência.
  3. Eletroestimulação (quando indicado): em pacientes com percepção pobre da contração.
  4. Orientação de uso de destino de disposição à vácuo: coordenação com urologia para uso de inibidores de PDE5, e programas complementares.
  5. Monitorização e metas realistas: Tratamento planejado com estratégia, com reavaliação periódica

O que você pode esperar

  • Melhora gradual: muitos homens têm ganhos mensuráveis nos primeiros 3–6 meses; progressão depende de idade, gravidade da lesão nervosa e adesão ao tratamento.
  • A fisioterapia não é garantia absoluta de retorno à função prévia, adesão do paciente e observação das orientações são fundamentais, e aumentam significativamente as chances de recuperação parcial ou total e melhora qualidade de vida.

Por que agir agora?

  • Urgência com lógica: quanto mais cedo iniciar a reabilitação, menores as chances de fibrose e atrofia tecidual irreversível.
  • Benefício claro: recuperar função sexual significa recuperar autoestima, saúde mental, intimidade e qualidade de vida, metas que a fisioterapia ajuda a alcançar, de forma segura e sem efeitos adversos sistêmicos.
  • Ação simples e acessível: exercícios supervisados, eletroestimulação e rotina domiciliar estruturada têm custo e risco menores que intervenções invasivas.

Convite ao cuidado

A disfunção erétil não precisa ser um destino negativo. Tanto a fisioterapia pélvica, quanto a abordagem multidisciplinar, oferecem intervenções baseadas em fisiologia e evidência que podem aumentar a rigidez peniana, melhorar o controle e acelerar a recuperação, especialmente quando integrada a uma estratégia coordenada. Se você passou por prostatectomia ou percebe queda na função erétil, procure avaliação especializada, quanto antes começar, maiores suas chances de retomar a vida íntima e a confiança.

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